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Falsificação de marcas: como evitar cair em golpes de piratas digitais

O crescimento exponencial do comércio eletrônico nos últimos anos e a proliferação de novos métodos de pagamento foram dois fatores que deram origem a um novo tipo de golpistas: os piratas digitais. Trata-se de um perfil de trapaceiros e como os consumidores, mas também as marcas, podem se prevenir. Além disso, o primeiro evento da América Latina, referente ao tema, destinado à proteção de indivíduos e empresas.

Os perigos aos quais tanto marcas quanto usuários de portais de compra e venda na Internet hoje estão expostos somam vários itens à lista. Seja compras nos marketplaces mais conhecidos ou em perfis de pequeno alcance nas redes sociais, qualquer um pode cair em um golpe ao adquirir um produto, ou pior ainda, colocar em risco a própria vida.

Esse foi o caso das máscaras Atom-Protect. Sua companhia produtora, Kovi SRL, teve que envolver a Polícia Federal Argentina em 2020, para retirar produtos adulterados do mercado. A partir da investigação, as autoridades encontraram uma organização criminosa, e foram realizadas detenções, apreensões de maquinarias e matérias-primas para a confecção dos produtos, além de 50 mil máscaras falsificadas avaliadas em 30 milhões de pesos. Os estelionatários os distribuíam e vendiam, falsificando a marca, sem uma autorização de comercialização nem o cumprimento das medidas sanitárias exigidas pela ANMAT.

O certo é que a marca correu um perigo também importante: sua reputação estava em jogo. Embora Alan Gontmaher, o CEO da companhia, rapidamente tenha instado os consumidores a comprar através do site oficial da marca ou em farmácias credenciadas, e recomendado “nunca comprar por redes sociais ou canais de procedência duvidosa", o dano sem uma intervenção correta a tempo, poderia ter tido consequências graves.

Gontmaher será um dos palestrantes convidados no Brand Protection Day: o primeiro evento de proteção de marcas na América Latina. A data ocorrerá online no próximo dia 2 de dezembro, e sua inscrição será gratuita. Durante esta primeira edição, serão apresentados outros casos de sucesso de empresas, como o da reconhecida Tupperware, marca que se tornou a denominação desse tipo de contêineres, e também haverá espaço para abordar as problemáticas que a Telecom Argentina enfrentou com sua marca Flow, no mundo online.

Além disso, especialistas em propriedade intelectual e representantes de diferentes Associações Antipirataria da LATAM oferecerão suas perspectivas sobre o impacto da pandemia na oferta de produtos falsificados, publicados em lojas de venda online. Mercado Livre fará parte deste quadro em um dos painéis mais esperados: Juan Cichero, responsável pelo Programa de Proteção de Marca da companhia, compartilhará os detalhes sobre o alcance do mesmo, e como as empresas que fazem parte do marketplace podem aderir.

Dicas para não cair em golpes em sites de compra e venda online e redes sociais

Para Gabriel Pasqualini, Diretor da Pulpou e criador do Brand Protection Day, existem diferentes indícios que poderiam alertar os consumidores diante de uma possível fraude em portais de compra e venda online.

Preço imbatível. Se um produto que estamos procurando em outras publicações em média custa $1000 e na publicação suspeita está por $750 para baixo, isto é, 25% menos, já levanta uma suspeita. O que deve ser feito nesse caso é identificar se o produto está em desconto, pois isso seria normal. Agora, se não estiver, isso deveria chamar a atenção do usuário.

Descrições erradas. Outro dos itens fundamentais é verificar a descrição nas imagens e nos textos. Atualmente, a maioria das marcas conta com lojas oficiais e certificadas dentro das plataformas em que oferecem seus próprios produtos, lá é possível observar que tipo de itens oferecem, de que maneira estão dispostas as fotos, quais descrições têm, e onde colocam seus logos. Também, focar nas medidas dos produtos, nos tamanhos e nas especificações particulares de cada um.

Quem é o vendedor? Identificar o vendedor será chave: se for uma loja oficial não vai ser um produto falsificado, pois são convidadas pelos marketplaces para poder participar em suas plataformas e têm espaços de venda destacados e confiáveis. Se não for, recomenda-se identificar qual é a reputação do vendedor, se tem calificações suficientes.

Atenção aos comentários e opiniões. Algo a destacar é que só podem dar suas opiniões sobre publicações aqueles que fizeram compras efetivas com o vendedor, não pode haver comentários falsos ou ambíguos, portanto, serão filtrados com base em sua experiência de compra, seja boa ou má.

Perguntas e respostas são críticas. Os usuários costumam perguntar se trata-se de produtos originais ou falsificações. Os vendedores nesta instância, para não ter problemas legais no momento de despachar o produto, normalmente respondem que “é igual” ou “é da mesma qualidade que o original”, e ali mesmo pode-se identificar uma infração. A pergunta nos casos de publicações que oferecem produtos como “originais” pode ser o escudo de proteção do usuário, perguntar: “Está certificado ou está sob o programa de tal produto aprovado por tal empresa?”, será definitivo.

O mantra: não comprar fora da plataforma. Assim perde-se a proteção que cada marketplace pode oferecer. Muitas vezes o usuário identifica o nome de um vendedor, o busca e acessa sua loja online ou via redes sociais e compra por esses meios porque oferece talvez um desconto para evitar o pagamento das comissões à plataforma. Essa tentação para o usuário pode ser o pior dos erros. O que acontece ali é que não estará protegido pela mecânica de compra da plataforma e também não terá o benefício da devolução gratuita se não estiver satisfeito e identificar que o produto comprado é falso. Fazendo-o por meio do marketplace, poderá retornar o item e recuperar seu dinheiro.

Quantidade de estoque oferecida. Ao contrário do que podemos pensar, que um produto quando é original da marca tem que ter muito estoque, não é assim na prática. Normalmente os produtos não costumam ter tanto estoque disponível nas plataformas, ou bem, os vão renovando à medida que são consumidos. Por outro lado, quem se dedica a falsificar geralmente tem um estoque amplo, já que muitas vezes os ingressam ao país através de contêineres e precisam vendê-los mais rápido. Essa é uma alerta que o usuário verifica com pouca frequência.

Falsificação de marcas na América Latina

O ano passado foi particular, já que a indústria da falsificação, que normalmente se desenvolvia de uma forma física, talvez com postos na rua ou feiras, a partir do isolamento se transferiu para o mundo online. Assim, começaram a registrar muitas mais falsificações, algo que obrigou as empresas a tomar ação. “Até há alguns anos atrás, a avaliação que se fazia com base na análise e nas denúncias dos usuários, mostrava que entre 1 a 6 ou 8 dos produtos publicados em marketplaces talvez não fossem originais”, afirma Pasqualini.

As categorias mais afetadas são indumentária e têxtil, onde ocorre o maior volume de infrações. No que diz respeito à tecnologia, por ser um setor mais caro, é mais difícil de replicar, mas acontece no segmento de produtos tech menores como fones de ouvido ou cabos carregadores de celulares, e também, naqueles que estão vinculados como podem ser as capas de telefones.

Sobre o Brand Protection Day, o executivo comenta que “as marcas registram ainda mais a importância da salvaguarda da propriedade intelectual, em tempos de internet livre, assim como muitas começaram a vender online, também aumentaram as práticas de falsificação de produtos e a usurpação das mesmas em diferentes marketplaces, estar informado sobre como se defender é fundamental”.

“Além disso, com o uso do social commerce ou venda através de redes sociais, gerou-se outro dos âmbitos nos quais ocorrem esse tipo de pirataria, e não passa apenas por uma questão de preços, muitas vezes pensa-se que porque um produto está mais barato é falsificado e não é assim; agora os estafadores até colocam um preço bastante similar ao original e complica investigar se é falso ou não”, acrescenta o especialista em intervenção de site eCommerce.

O que acontece com as carteiras virtuais e o uso de cartões? Atualmente a situação de pagamentos é completamente diferente: existe maior confiança no uso de cartões de crédito, que antes geravam certo ceticismo nos compradores no momento de pagar online, e proliferaram as opções de pagamento com carteiras virtuais, e assim também os artifícios dos criminosos por evitar operar nas plataformas para não poder ser rastreados.

“Em uma região como a América Latina, onde não há noção de preços e nos acostumamos ao momento de ir comprar a um local um produto, primeiro ver o preço do mesmo online para ver se está ou não em um intervalo de preço razoável, a oferta online é a gôndola digital onde hoje podemos ver, comparar e analisar. Este mesmo exercício não só é realizado pelo consumidor, mas também pelas marcas no momento de fixar sua própria estratégia de preços. Uma análise correta do produto a comprar pode ser o que determine entre cair ou não em um golpe”, finaliza Pasqualini.

Inscrição gratuita e agenda completa em: www.brandprotectionday.com

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